Quero abrir uma empresa, e agora?
Os primeiros meses do ano são, historicamente, um período que concentra grande volume de abertura de novas empresas. Movidos pelo desejo de abrir um novo ciclo em suas vidas pessoais e profissionais, milhares de empreendedores resolvem colocar em prática o sonho de serem donos do próprio negócio. Estudos feitos pelo Sebrae mostram que, entre 2019 e 2020, o percentual da população com planos de abrir uma empresa em até três anos cresceu 75%. De acordo com essa pesquisa, cerca de 50 milhões de brasileiros que ainda não empreendem querem abrir um negócio.
Nesse momento, a orientação que o Sebrae dá a esses potenciais empreendedores são: procure manter o foco! É muito importante, para aumentar as chances de sucesso, que o futuro empresário se especialize e busque agregar valor à atividade que ele escolheu. Para isso, encontrar um nicho de atuação é um primeiro passo importante. É sempre bom lembrar que o cliente paga preço, mas quer receber valor. Em outras palavras, para além do produto ou serviço que o público está adquirindo, ele espera receber uma experiência de consumo marcante.
Quando o cliente quer se alimentar e procura um restaurante, por exemplo, ele não quer apenas comer um prato incrível, ele espera muito mais que isso: quer ter seus desejos atendidos e isso vai muito além das suas necessidades. Ele espera não se desgastar na procura por uma vaga, quer se sentir seguro, ser bem atendido pela equipe, pagar um preço justo e não ter estresse com máquinas de cartões que não funcionam bem. Esse nível de atendimento e entrega só é possível com muita especialização, muito foco e com um nicho específico adaptado ao perfil do empreendedor.
Mas, se identificar um nicho é tão estratégico, o grande desafio é: como o empreendedor pode identificar o segmento mais indicado para atuar? Aqui, dois aspectos são fundamentais. O primeiro é ter bastante clareza sobre quais são as afinidades do empresário, quais são as atividades nas quais ele mais se realiza e que proporcionam satisfação pessoal, plenitude e realização? O resultado do negócio será infinitamente melhor quando o empresário investir em um segmento que lhe proporcione esse bem-estar. Além disso, é importante manter as antenas ligadas para detectar problemas e antecipar as tendências do mercado. Afinal, as empresas existem para resolver problemas vividos por seu público.
Muitos potenciais empresários se perguntam: esse nicho precisa ser uma atividade na qual eles já têm habilidades? A resposta é que essas habilidades não precisam ser – necessariamente – natas. O empreendedor pode desenvolvê-las ao longo do tempo. O fundamental é que ele se sinta confortável e alinhado com a atividade que está desenvolvendo. Só assim ele conseguirá ser inovador diante dos seus concorrentes.
Outra dúvida bastante comum é como escolher entre um nicho que está em expansão e que representa boas oportunidades de mercado ou um segmento onde o empreendedor tem um bom nível de conhecimento? A orientação do Sebrae é agregar essas duas alternativas. Se o empresário tem muita expertise sobre uma área de atividade em expansão, é nela que ele deverá atuar. Em outras palavras, buque conciliar paixão e expansão. Lembrando que conhecimento é algo extremamente dinâmico. O dono do pequeno negócio precisa se manter em permanente qualificação porque o dinamismo da gestão dos empreendimentos é extremamente acelerado.
